sexta-feira, 28 de agosto de 2015

Bici de Profissionais: Adam Hansen

Não tentem isso em casa... Isso é bicicleta de profissional! A Ridley de Adam Hansen, uma das bicis mais customizadas do pelotão.

Só para profissionais chamados Adam Hansen

A diferença de altura do guidom para o selim é quase de dois pavimentos, chega a 19 cm. A mesa mede 130mm com inclinação negativa de 20°. O guidom tem 38 cm de largura. Essa combinação ajuda a manter o corpo do ciclista baixo, reduzindo a área frontal e diminuindo o arrasto. Outro detalhe interessante, a medida do pé de vela: 180 mm! Pra contrabalancear, o selim foi montado todo à frente com 20° de inclinação negativa. Não parece nada confortável! Pra ele funciona, já participou das 3 grandes voltas num mesmo ano, mais de uma vez, vencendo algumas etapas!

quinta-feira, 27 de agosto de 2015

Specialized Tarmac Sport

   Um dos objetivos, sonho na verdade, que tenho em mente com esse blog é testar bicicletas, quipamentos e outras coisas relacionadas ao ciclismo. Pra começar, pensei em fazer o teste da minha própria bicicleta. Sem voltar até a idade da pedra, pulando tudo e indo direto para o fim da minha biografia ciclística, chegaremos na minha atual bicicleta, minha terceira filha, a Specialized Tarmac Sport.

   Na parte técnica, vou usar o catálogo atual da Specialized para comparações. A Tarmac Sport tem desenho semelhante ao da versão topo de linha, S-works, e só. É a mesma filosofia que a indústria automotiva adota hoje, incluindo a parte de atualização de modelos, aquela história de obsolescência planejada. A S-works tem quadro com a última tecnologia em carbono da fabricante, FACT 11r, enquanto a versão Sport usa o carbono FACT 9r. O Garfo também tem desenho semelhante e construção diferente. Traduzindo essa sopa de letrinhas, a S-works é mais rígida e mais leve que a Sport, logo muito mais cara. Regra básica do ciclismo mundial. É tão básica que vem antes da lei da gravidade. Só o quadro da S-works é 7500,00 Dilmas mais caro que uma Sport completa.

   Vale esse dinheiro todo? Não. Eu desejo ter uma dessas? Sim! Você é louco! Um pouco. É questão de pesar o custo/benefício. Eu, que pedalo 1 a 2 vezes na semana (quando minha filha não pede pra ir no parquinho) e, no momento, estou numa fase de transição de vida e portanto não gero renda, ter uma s-works é estupidez. Até porque eu não jogo na loteria. Indo um pouco mais longe, seria uma s-works razoável mesmo na minha vida passada (quando trabalhava na empresa aérea colorida)? Não. Quando então? Nível profissional, fora isso, é apenas por prazer de sentar a bunda numa bicicleta igual às usadas no tour ou pra ostentar. Somos capitalistas, faz parte. Até eu que não concordo com o sistema atual, não consigo me desligar disso. Podia ser pior, podia ser fumante.
   
  E o teste? Te enrolei até aqui pra contar que não vai ter teste. Não escreveria sobre pontos fortes e fracos da minha própria bicicleta, ela pode ficar muito ressentida com alguma palavra. Como já escrevi antes, não é interessante forçar uma bicicleta ressentida. Na verdade, como é minha primeira bicicleta desse tipo, não tenho muitas referências pra comparar desempenhos. Quado eu for um blogueiro famoso, isso não vai ser problema. O que posso escrever a respeito é sobre os componentes que vieram com a bicicleta e quais eu troquei. Pois é, upgrades... Próximo texto será sobre rodas.

segunda-feira, 24 de agosto de 2015

Pedais épicos: Il Passo de Maniva


Il grave ciclista 
Um Pedal muito épico. Um candango contra a montanha. Il Passo de Maniva, Bréscia, Itália. 15 de Julho de 2014. Provavelmente vou esquecer de algum detalhe, já faz um tempinho. Bom, o plano familiar inicial era de visitar a irmã da minha esposa lá em Botticino (esse mesmo do mármore) e por consequência algumas outras cidades por perto. Eu, ciclista sério, logo que a ideia de ir pra lá surgiu abri o Strava pra analisar o que tinha por perto e meu queixo caiu com força. Estávamos indo para muito perto dos Alpes! Muito perto de onde o Giro de 2014 passou, muito perto de várias montanhas. Só não chorei de emoção porque não conseguia decidir por qual subida ia chorar, eram muitas! Então, incluí na pauta do planejamento 3 dias de aluguel de bicicleta no passeio. Muito feliz pela aprovação, comecei a buscar em lojas locais. Com ajuda da minha cunhada, achei a "Il ciclista di Sirmione", linda loja do Ruffini Mauro e de sua esposa (muito figura) Salvadorenha. Fomos buscar a Giant tcr
La machina
numa tarde na belíssima cidade de mesmo nome da loja, dessa vez com grande ajuda do Giordano. O primeiro teste foi numa grande subida dentro da cidade, a Maddalena di Brescia de Categoria 1. Era domingo, saí umas 10 da manhã com sol forte já. De primeira fiquei impressionado com o número de ciclistas nas ruas! Dezenas de nós! Foram 10 km com 7% de inclinação média. Como bom ciclista sério, não tirei nenhuma foto do meio da subida, só lá em cima. Emoção forte a cada "tornante", as curvas de 180° ladeira acima. O visual da cidade ficando mais baixa, as encostas e as pernas ardendo. Consegui manter dentro de uma zona "confortável", doendo pero no mucho. Me senti um Nairo Quintana enquanto passava ciclistas locais. Cumprimentava o pessoal, mas raramente via um sorriso, não sei se pelo meu péssimo sotaque italiano ou se o pessoal lá era muito sério também. Eu estava de turista bobo, sorria pra tudo. Pensando bem, se passasse um gringo por mim sorrindo eu iria ficar chateado também. No finzinho cheguei na roda de um local, e com toda falta de educação, ataquei no último quilômetro e cheguei sozinho lá em cima. Tive alguma noção ao chegar lá no topo e não fazer a clássica comemoração de braços abertos, seria muito ridículo. 44'41" de escalada, 13,5 km/h de média e principalmente confiança pra tentar uma subida maior ainda, o plano inicial era o Monte Campione!

Percurso completo com altimetria

   O Monte Campione fica a uns 70 km da casa onde estávamos, e ainda teria que escalar mais 15 km. Não era uma ideia muito boa, iria demorar demais. Mas estava confiante de cobrir os cerca de 160 km no dia. Porém, mais uma vez me ajudando muito, Giordano sugeriu ir até a estação de esqui de Passo de Maniva, 60 km já com a escalada. Me pareceu muito mais sensato. Planejamento refeito, percurso no GPS e às 7:40 da manhã italiana, ponho o pé na estarda. E que estrada! Logo após sair de Bréscia já dá pra sentir o drama, montanhas altíssimas e um vale muito estreito, por onde serpenteia a estrada até Maniva.

      Em Gardone Val Trompia o vale se estreita e o rio que acompanha a estrada acelera. A inclinação do terreno já começava a aumentar. Até aí estava tentando manter a média perto de 28 km/h pra não demorar muito, mas eu desisti da idéia. Não é Brasília, que a subida logo termina, ainda restavam 35 km de subida.
Google street view. Não tirei uma foto
   Eu não me recordo onde exatamente foi, mas passei por um ciclista numa Montain Bike. Tentei o tradicional "Bongiorno" e tradicionalmente não recebi como resposta um sorriso ou um aceno de volta. O cara veio na roda e me passou alguns instantes depois. Demorei 10 segundos pra decidir se ia junto ou ficava de boa... Fui junto. Foi uma forçada desnecessária, mas ser ultrapassado por uma MTB, não rola. Dei um tempo na roda dele e passei de novo. Por sorte o cara saiu da estrada pra trilha dele. Ainda falou alguma coisa que não entendi. Acenei de volta e voltei ao ritmo, ufa.

   Que o lugar é lindo e maravilhoso, que dá vontade de chorar enquanto eu estou relembrando o pedal e que voltaria lá mais 8 mil vezes é chover no molhado. A partir de San Colombano a coisa começa a ficar ainda mais bonita e feia ao mesmo tempo. O segmento marcado a partir dessa cidade é de Categoria 1 com 9,2 quilômetros de distância e 8% de inclinação média - para nós candangos, é dureza. A cada "tornante" era uma lágrima de alegria no olho direito e outra de dor no esquerdo. Fiz uma paradinha rápida pra pegar água em uma bica. Bem rápido pra não perder a coragem e pra ver se conseguia curar um pouco da câimbra que começava a dar sinais. Uma placa indicava que o lugar havia sido construído durante a grande guerra. Infelizmente não registrei a parada...


Pois é... No paredão final, onde leio no asfalto "ultimo quilômetro" minha perna direita falhou miseravelmente. Câimbra doída, não teve conversa, travou! Consegui parar numa "tornante" sem cair. E gravei esse vídeo:

 Alguma coisa eu registrei! E por último, mas não menos importante, esse:


Doeu pra chegar lá em cima. E lá, finalmente levantei a cabeça para apreciar a vista. Que pedal magnífico! Montanhas de verdade! Eu, escalador sério! Aí sim, pausa pra um espresso, um pé de moleque italiano de amêndoas, uma obrigatória Coca-Cola e vamos à descida!

Sim, tinha que descer de lá. 60 quilômetros ladeira abaixo, "haaaaja santo, meu amigo!" diria um comentarista.
Alto...
As primeiras "tornantes" foram tensas e geladas. Até San Colombano fui sozinho, depois disso um pequeno caminhão de gás seguia à minha frente. O motorista conhecia o caminho, aproveitei o batedor e o segui tranquilo. Só tinha que frear bem pra não ultrapassá-lo nas curvas. Fomos juntos uma boa parte da descida.

Chegando próximo à Bréscia, deu câimbra novamente na mesma perna. Estava a uns 15 km de Botticino, sem comida e quase sem água e sem vontade de arriscar um "Ita-porto-inglês" pra comprar algum lanche. E já tinha demorado bastante. Consegui chegar são e salvo e muito feliz.

Agradeço muito aos nossos anfitriões, Carla e Giordano, a paciência e apoio da minha família e ao Ciclista de Sirmione e sua esposa pela Bici!

Desencantou Peter Sagan!!!

Peter Sagan comemora!
 Ufa, sinto alívio por ele!

Sagan não unanimidade no pelotão, uns gostam outros não. Eu gosto. O cara é bem humorado, vive brincando com o pessoal no pódio. Tem um currículo e tanto. Levou a camisa verde no tour desse ano e nos últimos três Tours. Por não ter ganhado nenhuma etapa no Tour, o chefinho Oleg estava pressionando-o com ameaças de corte de salário e tudo mais. Atoa, é um dos ciclistas mais completos do pelotão. Muito habilidoso no manejo da bicicleta. E hoje desencantou. Tomara que larguem do pé dele, o cara não merece.


Peter e Nasser Bouhanni, foi perto

sábado, 22 de agosto de 2015

Pai antes de ciclista

Ali no meu perfil do Blog tem escrito que sou Marido, Pai, estudante de arquitetura e Ciclista, sério. A ordem é essa, 99% do tempo. Como conciliar tudo isso com o pedal? Fácil, não tem como.

Pai descansado.

Eu gosto muito de pedalar e gosto mais ainda de levar a sério o esporte que pratico. Fico realmente feliz quando noto melhoras. E muito P&%o quando o rendimento piora. Muito mesmo, Nem eu me aguento. O processo de sair do sedentarismo pra voltar a treinar forte é muito, mas muito chato. São algumas semanas pedalando devagar vendo todo mundo passar zunindo por você até poder sentar a bota de novo (e continuar sobrando no pelote de domingo). Porém eu gosto muito da minha esposa e filhas. Mudei de vida, em grande parte, por causa delas (talvez escreva sobre isso aqui no blog). E como as meninas são pequenas, grande parte do tempo é reservado a elas. Conseguir sair de casa pra pedalar envolve horas de planejamento familiar. Ou o cochilo do domingo à tarde. E no dia e na hora combinada, tudo pode ser descombinado, inclusive voltar da porta com a bicicleta debaixo do braço. Vestir o equipamento todo e tirar tudo de novo não é raro. Estou aprendendo a não criar expectativas, acho que assim vou conseguir viver até os 100 anos, talvez. Em um dia é vacina e no outro, onde o céu está desse jeito...

Não vai pedalar ninguém
Pode simplesmente acontecer assim:

Filha mais velha chega toda feliz
- Pai, quero ir no parquinho com você! (puxando meu braço e olhando diretamente pra mim)

-...

-...

-...

-Tá bom, vamos pro parquinho.

E ela sai correndo feliz pra pegar as coisas dela e eu vou pegar as minhas, que não incluem capacete, sapatilha, luvas e lycra. Aquela...

Fazer o quê? Amanhã é outro dia, onde tudo pode acontecer, até um pedal.

Imagens da etapa de hoje da Vuelta

Cannondale - Garmin. Slice

Team Sky. Pinarello Bolide

Trek Factory Racing. Trek Speed Concept

Movistar - Passeando na praia. Canyon Speedmax

MTN Qhubeka. Cerveló P5

Primeiro Contra relógio rally

Chegada do Rally dos Sertões?

IAM Cycling. Scott Plasma

Team Colombia e as belíssimas Twin blade. Fica a dica, Noel

FDJ. La Pierre Aerostorm

Resultado do Contra Relógio por times de hoje na Vuelta!

Todos terminaram em pé, felizmente!


sexta-feira, 21 de agosto de 2015

Você sabe que é um estradeiro moderno quando...

Você sabe que é um estradeiro moderno quando...

Original em inglês em: Bike Radar

20. Você retorna de um pedal épico e descobre que o GPS não gravou. Parece que você gastou seu dia e sua energia pra nada!
19. Suas marchas pararam de funcionar... Por causa da bateria descarregada.

18. Seu primeiro pedal de 2015 foi dia 2 de Janeiro. Todos os KOMs alcançáveis já foram pegos.
17. Você treina dentro de casa nos dias ventosos por que seu quadro e rodas aerodinâmicas são muito assustadoras para serem usados lá fora.
16. Um dia de descanso é quando seu GPS está desligado.
15. Você não pode treinar dentro de casa porque seu computador está com virus
14. Quando envolvido num acidente e você vai tirar raios-x... Da sua bicicleta, por causa do seguro. A costelas doendo seguem ignoradas.
13. Você vê alguém usando uma lycra com pintura de tigre e seu primeiro pensamento é "bravo".
12. Um carro te acerta porque ele não viu sua bicicleta toda preta e seu kit de roupas combinando. Por sorte você gravou tudo em video HD.
11. Seus freios estão vazando óleo.
10. Seu medidor de força continua falhando - você decide que não faz sentido pedalar assim.
9. Distraído por seu gps, você bate no fundo de um carro. (talvez usar seu Garmin enquanto pedala não seja diferente de escrever mensagens enquanto dirige).


8. Está molhado lá fora, então você pensa se é melhor usar sua bicicleta de ciclocross na rua hoje.






7. Seu pneu fura e você descobre que nem você nem ninguém no seu grupo tem uma câmara com válvula de 60/80mm. Você liga para um táxi/esposa, deleta o arquivo do GPS e finge que o pedal nunca aconteceu. 
6. Seu sensor de batimentos cardíacos/cadencia/força falha e o GPS capta os dados de um jovem ciclista passando. Você imediatamente grava a tela.
5. Você não consegue operar o seu ciclo computador porque a tela não é sensível à luva que você está usando.
4. Você tem um Gran Fondo se aproximando, mas não consegue decidir se usa as coroas de 50/34, 52/36 ou 53/39. O cassete é outro Drama!
3. Você está parado no sinal e tenta passar as marchas mas nada acontece. Rapidamente você ouve as risadas do seu amigo e percebe que está com os pés soltos.
2. Consertar um pé de vela não é mais apertar e engraxar. Agora é necessário um martelo, um removedor de pé de velas, várias outras ferramentas e toda a linha de lubrificantes disponíveis.
1. Seu pé de vela diz a você para não deixar seu emprego.

Contra relógio por times da Vuelta neutralizado!

Direto do site Cyclingnews:
O chefe dos comissários da UCI na Vuelta, Bruno Valcic, conta que houve uma longa discussão na quinta (20) depois de visitar o percurso com alguns representantes dos times para encontrar uma solução que deixasse todos satisfeitos. Já viram alguma vez isso dar certo? Eu não... A diante. 
Ele conta que os atletas estão preocupados com a segurança, a ponto de colocar em dúvida a etapa de amanhã (sábado, 21). Os organizadores querem que a etapa aconteça normalmente e os times garantiram para UCI que haverá corrida de verdade amanhã. Ou seja, vai ter corrida, mesmo que goela abaixo dos ciclistas.
Mas aí que fica a dúvida: "Gente, nem é um evento organizado no Brasil, é Europa... Ninguém sabia que o percurso seria esse???" Aí que a história fica muito bizarra. Bruno Valcic afirma que os comissários só poderiam ver os detalhes até três semanas atrás. E um representante viu a primeira vez há uma semana e a luz verde foi dada. Entretanto, dizem alguns jornalistas que a rota detalhada estava disponível para avaliação desde Janeiro, quando toda a rota da Vuelta foi publicada.
Sério, parece eu deixando pra resolver tudo na ultima hora.

quinta-feira, 20 de agosto de 2015

Specialized Allez DSW Sprint

Vale uma olhada com carinho:

Linda. Nessa cor, inclusive.
Que belezura essa nova Allez Sprint da Specialized. Pasmem, ela é feita em alumínio! Chuck Teixeira, engenheiro chefe do setor de bicicletas em alumínio descreve a bicicleta: "Peso não era o mais importante. Ela é mais uma bicicleta para corridas tipo Criterium, onde o que realmente queríamos era uma bicicleta muito rígida. Isso custa um peso extra. Em muito dos testes ela chega a ser mais rígida que a Tarmac" O peso estimado do quadro é de 1.100 gramas.

Smartweld
Toda a rigidez dessa belezinha se concentra no eixo do pé de vela. Um engenhoso e muito simples sistema de solda da peça chamado Smartweld, já apresentado à 3 anos na linha Allez. Mas só agora aplicado nesta área específica.

O preço é salgado, segundo o site da Specialized Brasil ela custa 11.500,00 dinheiros brasileiros. Exatamente preço que o modelo de entrada da Tarmac, a Sport. Ambas equipadas com o mesmo par de rodas e grupo Shimano 105.

Mais detalhes
Só não fico na dúvida em qual escolheria porque eu gosto mesmo é de sofrer ladeira acima. E também porque minha atual bicicleta, ficaria com muito ciúmes. Não é bom andar numa bicicleta com sentimentos feridos.

Percurso de Contra relógio da Vuelta

Pense numa coisa estúpida. Algo como andar de patins de gelo na areia da praia. Ou que tal estar em posição aerodinâmica, 50 km/h numa bicicleta feita para altas velocidades NO ASFALTO com mais 8 caras atrás na mesma velocidade passando por isso:


Sim, areia da PRAIA! Eu que nunca andei de contra relógio e acho completamente estúpido. Nem na minha bicicleta a 30 por hora arriscaria. Porém os organizadores estão achando a ideia excelente!


Leiam as exclamações, que linda a chegada na praia! O ciclistas, não gostaram, obviamente.

Astana escala seu time para La Vuelta!

Ainda dão dá pra saber se é loucura ou se foi uma ótima ideia, olhem só essa escalação!


Mistura dos times do Giro e do Tour: Nibali, Aru e Landa juntos!

quarta-feira, 19 de agosto de 2015

Rotor lança grupo hidráulico

E o mercado de grupos para bicicletas de estrada acaba de ficar concorrido. Junto com a FSA, a Espanhola Rotor, famosa pelas coroas ovais, entra no mercado. Na contramão dos últimos lançamentos eletrônicos, a empresa optou por uma versão hidráulica. Afirmando que o grupo terá "Trocas de marcha suaves, baixa manutenção, múltiplas trocas, opção para freios hidráulicos de aro e disco, possibilidade de cablagem interna e baixo peso."


terça-feira, 18 de agosto de 2015

Tinkoff-Saxo na Vuelta

Eis a escalação da Tinkoff-Saxo para Vuelta:


Rafal Majka para tentar a vitória na classificação geral e Peter Sagan na tentativa de vitória em etapas. A pressão não deve ser pouca em cima dele.

Vida Doce

   Acho que Cabral embarcou em Portugal com um grande carregamento de açúcar antes de "se
perder numa calmaria” e vir parar em Porto Seguro. Duvido que alguém saiba dessa história.
Duvido mais ainda que alguém saiba que as caravelas que foram pro fundo do Atlântico foram
justamente as que tinham o carregamento. Pobre Pero Vaz, ficou sem seu açúcar querido, sentiu tanta falta que só escreveu uma carta para Portugal. Que história fantástica! Ora pois, se eu colocar as palavras “comunista”, “petralha” posso ganhar o selo Olavo de Carvalho de psicodelia.

   Tudo isso por que esses dias fomos tomar um sorvete que há muito não íamos. Gelato Italiano, receita original, “cáspita”! (Dizem que essa palavra nunca mais foi dita em solo italiano desde que Rômulo e Remo desmamaram da loba). Aí entram os barris que foram ao mar em abril de 1500. Tudo que é receita que cruza o atlântico, misteriosamente ganha 3 ou 4 toneladas de açúcar. No mínimo! Foi a única explicação psicodélica que encontrei. O mesmo aconteceu com uma famosa torta de um portuga daqui de Brasília. Ficamos muito tempo sem ir lá e surpresa! O negócio ficou insuportavelmente doce!

   Desde que minha primeira filha estava pra chegar resolvemos que ela só provaria o açúcar lá depois do segundo ano de vida. Como fazer isso? Cortamos o açúcar de casa. Foi bem gradual, demorei de largar do Sucrilhos que desperta o tigre em você. Foi um problema sério essa parte, tive que procurar um nutricionista pra substituir tantas vitaminas e sais minerais contidos em tão rico alimento. Sódio é
sal mineral, inclusive. É um processo interessante, a percepção dos sabores vai mudando, frutas de vez em quando ficam muito doces. Até o café, se bem feito fica bom sem açúcar. Exatamente isso, você pega a xícara, vira na boca e faz cara de satisfação! E depois de algum tempo serão alguns quilos a menos para carregar ladeira a cima. Proponho um exercício bem fácil na próxima vez que for ao supermercado. Na sessão de “chocolates” (tô ficando bem chato com isso) e guloseimas, pegue a embalagem (faça cara de nojo, é cult) e leia a lista de ingredientes. Eles
aparecem em ordem de quantidade. E voilá!!! Quem aparece na frente?

Só um exemplo

   Foi o que aconteceu com o sorvete e a torta, depois de muito tempo, um ano quase, sem comê­-los, foi uma mega desilusão. Nossas lembranças mais doces (rá!) da infância foram destruídas, foi bem chato, mas não tenho a menor pretensão de voltar ao açucareiro.

segunda-feira, 17 de agosto de 2015

La Vuelta: Times começam a apresentar suas escalações. Promete!!!

Team Sky:

Destaque para a escalação de G. Thomas e Chris Froome, campeão do Tour 2015




















Movistar Team:

Destaque para a escalação da dupla que dividiu o pódio com Froome, Nairo Quintana e Alejandro Valverde

sábado, 15 de agosto de 2015

Pra relembrar a Vuelta 2014

Falta pouco!!!


Recorrido / Route - La Vuelta a España 2015 por la_vuelta

Lycra, do ridículo ao necessário

Shaka, o Rei Zulu, com roupas Zulus
   Códigos de vestimenta são um ponto comum a todas as civilizações atuais e do passado. Incas, tribos africanas, brasileiras, aborígenes, todos têm um modo de se vestir adaptado à sua região, clima e aos momentos de solenidades, festas ou rituais. Seguimos um senso comum hoje e até os próximos trilhões de anos vai ser igual, independente do planeta que o ser humano venha a ocupar, ou talvez ser ocupado, sei lá, por máquinas da Goog... Skynet.







Mas, eis você, ciclista sério, acha bem normal chegar em quase todos os lugares assim:

Completamente OK

   Não importa onde: cafés chics, aniversários de criança, almoço de domingo com a família... Não interessa, você estava pedalando. Mostre sua falta de barriga e pernas fortes e depiladas (se autorizado) pra todos os sedentários do local. Os braços, é melhor esconder.

   A primeira roupa de ciclismo que comprei foi uma calça pra usar em aulas de spinning e pra velejar de Star. Me senti completamente ridículo e pelado. Devo ter usado uma vez só na academia e outras poucas vezes no velejo com uma bermuda por cima. Quando comprei minha primeira bicicleta, fui numa Decathlon escolher umas roupas. Por muito pouco não saí com bermudas e camisetas pra Montain Bike, que são bem largas. Sempre acompanhado do sentimento "xessus que coisa rídicula!". No final das contas, saí com uma bermuda "normal" (ridiculamente justa) e uma camiseta bem razoavelmente folgada. Vários anos se seguiram nesse estilo, até que, como todos sabem, a porra ficou séria.

   Séria como "Quanto mais justo melhor". Segunda pele, aero, AERO, A-É-R-Ô! Não faz muito tempo que comecei usar as roupas assim. No primeiro pedal foram vários quilômetros mais rápido (só que não, 0,712 talvez). Finalmente eu entendi que as roupas folgadas abanando por aí atrapalham. Segundo a Specialized, são 96 segundos a menos num percurso de 40 km usando a "skinsuit" (algo como uma segunda pele) deles.

  É isso, você está vestido em lycra justíssima e pedalando duro pelas ruas. Só mais outro dia de sofrimento normal.

sexta-feira, 14 de agosto de 2015

Belas imagens do pequeno Vincenzo Nibali em sua primeira vitória:


Até onde ir com upgrades?

Fraco... vou te pegar na próxima subida...
Édouard Louis Joseph Merckx. Eddy, o barão Merckx. (Meensel-Kiezegem, 17 Junho 1945). Correu profissionalmente de 1968 até 1971. Currículo de vitórias: 5 Tours, 5 Giros, 1 Vuelta e pelo menos duas vitórias em cada grande clássica. Um animal, ou melhor, O Canibal. Para muitos ciclistas, o melhor de todos. Existem várias citações famosas dele, a minha preferida:







"Don't buy upgrades! Ride up grades!" 
Vou colar isso no meu quarto
Eddy Merckx

Traduzindo: Pare de gastar com atualizações e vá pedalar ladeira acima! Toda vez que penso em gastar mais dinheiro na minha bicicleta eu penso nessa frase. Depois eu fico com vergonha e rapidamente esqueço tudo e gasto dinheiro. Aí fico com vergonha de novo quando vou pra rua e vejo o que meu desempenho não melhorou nada porque não treinei, só gastei. 

Então, qual será a medida para os gastos com bicicletas?Segundo o IBGE, a média salarial nacional em 2012 foi de R$ 1943,16 Dilmas. Aqui no DF era de R$ 3607,60 Dilmas. Uma bicicleta de alumínio nova começa custando por volta de 3,5 a 4,5 mil. De carbono, modelo de entrada, usadinha custa entre 5 a 10 mil. Zero, começa a partir de 10 mil. Dentre os upgrades que já fiz, destaco as rodas. Um bom par de rodas faz muita diferença. O par começa a partir de 2 mil Dilmas. As de carbono eu nem gosto de escrever os valores (desejo muito um par de zipp 303, mas não me atrevo). Ou seja, pouca gente pode ter um brinquedo desses. Daí começa minha vergonha de ter uma bicicleta muito boa e não ser um ciclista muito bom. Eu levo couro direto de ciclistas bons em bicicletas "ruins". Como também passo, em subidas (gosto muito delas), por super máquinas.

O ponto de equilíbrio deve estar entre o prazer de rodar e o prazer de gastar. Sim, enfiaram nas nossas cabecinhas que gastar é um dos prazeres da vida, desse eu ainda não consegui me livrar, nem comecei a tentar, na verdade. Seguir-mos-ei o Canibal, pedalar vários quilômetros antes de merecer um presente novo! 

Depilar as pernas?

Sim ou não?

Minha esposa falou que não. Fim do post.

quinta-feira, 13 de agosto de 2015

Freios a disco em bicicletas de estrada


Pina Dogma F8, um sonho diponível na loja do Lazzaretti


  Quando essa Pinarello, pintada nessas cores apareceu na página da equipe Sky, logo pensei: Já era, minha bicicleta está obsoleta (ela tem 3 anos). A Sky não brinca em serviço, tem um dos maiores orçamentos do Pro tour e um planejamento sério de longo prazo. Oleg Tinkov já chorou as pitangas por causa disso (vale outro post!). Não tem ponto sem nó no time do vencedor do Tour de France desse ano. Nem a Pinarello, que já fabrica uma versão do modelo topo de linha, a F8, com discos de freio. Falando em fábricas, a maioria delas já tem algum modelo com discos de freio em sua linha 2016. Shimano a maior fábrica de peças para bicicletas equipa a maioria delas e em menor escala a Sram. A Campagnlo ainda não lançou um modelo próprio. 
  Ciclistas estão divididos entre o medo de ferimentos que possam ser causados pelo discos (massacre do disco elétrico) e a esperança de que acidentes possam ser evitados pelo uso do disco. Acidentes como esse do Matt Brammeier da MTN Qubeka



   Se bem que essa porrada só seria evitada com quatro pneus Pirelli P-Zero e freios de carbono que equipam os carros da Fórmula 1. A propósito Matt Brammeier está vivo! Olha ele aí:


 Dizem que rodas de carbono são ruins de freio e molhadas, o freio é inútil (Tá faltando esse upgrade). O que me deixa muito assustado, por que frear com rodas de alumínio na chuva é uma coisa muito emocionante, não imagino mais emoção ainda. É algo como tentar parar o sprint de um rinoceronte numa quadra de futebol de sabão.
  
  Vivemos num mundinho capitalista (calma, não chorem ainda, pode piorar). E a grande roda do mercado precisa girar. Inovações são parte da força motora, as vezes grandes saltos, muitas vezes não. Vide as novas versões de telefones que são lançados a cada 6 meses. Além disso, os bens de consumo precisam ficar obsoletos de tempos em tempos. Os fabricantes de peças e bicicletas já entenderam isso. Pra quem pode comprar os modelos de carbono topo de linha ou aquelas que são um degrau ou dois abaixo, vai mudar tudo. Não existe upgrade do freio tradicional para disco, é necessário um quadro específico pra isso, é aí que minha querida bicicleta vai ser afetada. O valor de revenda dela vai pro buraco. O disco é ruim? Muito provavelmente não. Aviões, trens, motos, carros usam. Quando vejo um carro caro com um tambor de freio nas rodas traseiras faço cara de nojo. Então já era, preparem os bolsos por que vai precisar. Os discos de freio chegaram.

quarta-feira, 12 de agosto de 2015

Breve biografia ciclística

   Pensei em escrever essa "biografia" pra tentar relembrar a história da bicicleta na minha vida. É sempre um exercício interessantíssimo buscar essas passagens na mente. Como diria minha filha: "Vamos lá"?

   No início era apenas escuridão. Havia muita energia perdida pelo espaço e em algum momento, essa energia concentrou-se no big bang. Pulando bagilhões de anos, vamos a Florença na Itália. Leonardo Davinci o nome do cara. Brincadeira, vamos direto à Caloi Cross!
Desse mesmo modelo
A Primeira, Caloicross!

   Branca, azul e laranja da terra da pista de cross que ficava na orla de pituaçu, em Salvador. Alguns domingos na casa do meu avô incluíam uma passagem por lá. Foram os primeiros passeios de rodinhas e primeiro passeio sem elas. Foram vários anos com essa bicicleta. Tombos memoráveis, inclusive. Um que ralei o ombro, numa aterrissagem desastrada após um salto mais desastrado ainda. Aqui um parêntese pra duas coisas imprtantes: Como as crianças dessa geração sobreviveram sem capacete, o que não serve de bom exemplo. E como o fortalecimento do tronco promovido pelo judô me salvou  de uma cabeçada no chão. Fechando os parênteses e o ciclo da Caloi Cross, meus pais e até eu mesmo estava convencido de que a bicicleta estava pequena para mim. Já não conseguia acompanhar os meus amigos por conta da relação curta. Ela não foi muito longe, ficou pra meu irmão. Mas no último passeio eu chorei, sério. Agora de novo inclusive.

   No natal desse mesmo ano, algo perto de 1990, numa manobra sempre muito habilidosa do meu pai, surge uma nova Caloi na minha vida. Não lembro o modelo, lembro que a festa foi grande! E o pedal naquela noite também. Pensando como pai, deve ter sido difícil me convencer a dormir naquela noite. Projetei uma pista de corrida onde morava. E fazia corridas sérias lá. Nessa época começaram a chegar os primeiros câmbios Shimano. A minha não tinha e assim entrei no mundo das atualizações. Lembro que foi difícil de convencer o conselho do banco central a aprovar a verba, mais por tentar provar a utilidade do que pela verba necessária. Mas upgrades são upgrades, são sempre necessários, todos eles até aqueles que não servem pra nada. Faz parte da vida de ciclista sério. 5 marchas atrás foi o que deu pra adaptar nesse quadro. Lembro também que meu Pai tentou me ensinar como desmontar tudo pra limpar, engraxar e montar tudo de novo. Não deu muito certo, consegui montar tudo, mas tinha mais areia nas partes depois da limpeza que antes.
Nessa época conheci a mítica Caloi 10. Lembro da decoração de Natal do Iguatemi de salvador ter uma dessas pendurada na parede da fábrica dos duendes. Como eu babei naquela máquina vermelha que estava na parede. Pneus finíssimos, gidom baixo e muita velocidade. Tentei insistir pra que fosse o presente daquele ano. Não deu certo  mas não era o momento ainda, não teria lugar pra pedalar com aqueles pneus.

O Monstro, Caloi 10

   Depois de um longo hiato ciclístico do final dos anos 90 até 2013. Quando entrei numa certa empresa aérea colorida, conheci um cara que se tornaria um grande amigo e que me influenciaria na volta ao pedal, mais precisamente para a estrada. Demorou um pouco, foram alguns anos enrolando, mas a coisa ficou séria. Depois conto sobre as bicicletas atuais!


 

terça-feira, 11 de agosto de 2015

Ser ciclista 

   Pedalar pode ser uma atividade prazerosa onde vários indivíduos podem se reunir pra curtir um passeio por parques, fazendas ou até mesmo pela cidade. Por ser mais lenta que os automóveis, é possível visualizar detalhes que o percurso oferece. As paradas são muito mais fáceis, não é necessário achar uma vaga pra estacionar, muitas vezes longe do lugar da visita. É só tirar um pé do pedal e parar onde estiver e aproveitar. Muitas vezes, também, faltam bicicletários pras paradas longas em cafés, indispensável para ciclistas. Entretanto, um cantinho está sempre disponível, a bicicleta é o meio de transporte, não precisa ser uma máquina supercara. Precisa ser confortável e prática para o transporte. 

Porra nenhuma! 

   Bicicleta é sofrimento! Se não está sofrendo, você não está pedalando direito. Pedalar em grupo inclui tentar fazer nossos amigos sofrerem. Por que eles vão tentar fazer isso o tempo todo com você. Quanto mais amigo, mais divertido é deixá-lo pra trás. Vista? Que vista? Abaixe a cabeça e se concentre no ritmo da respiração e da cadência da pedalada. Dependendo da subida e do ponto em que esteja, olhar pra cima pode ser destruidor. E manter a mente calada, ignorando as ameaças das cãibras, é primordial. “Cala boca pernas! ”. Já dizia um alemão muito doido (Jens Voigt). Nunca pare numa subida, vai acabar com seu tempo no Strava. E o Strava é muito mais legal que o facebook. De longe. Acho que é pra isso que prendemos os pés no pedal, pra não parar. Parada só pra café ou uma Coca-Cola em pontos muito específicos. Nada de “não programado”. E nesses momentos as bicicletas devem estar em nossos colos. Deixar essas supermáquinas em bicicletários é inadmissível! Até porque ninguém carrega correntes, muito peso. E sim, as bicicletas precisam ser supercaras, outro entendido afirma que: “Ou elas são leves, fortes ou baratas. Escolha duas dessas opções” (Botranger). “Interna, esse cara é louco”, “pra quê isso, minha gente?” Não, sou ciclista. Sério.