segunda-feira, 28 de setembro de 2015

Subidas de Brasília: JK


Magrelas. Nossas bicicletas têm forte semelhança com as moças e moços que desfilam pelas passarelas do mundo. Ambas pesam muito pouco. Não sei por que diabos adotaram isso como padrão de beleza. A maioria de nós nunca vai chegar a ter um peso parecido.

Exceto se você é ciclista sério e gosta de subidas. Quanto menos peso, melhor. Muuuuito melhor. No meu auge cheguei a ter 71 kg. Foi tão auge que minha mãe sugeriu que eu fizesse exames pra saber se estava com verme e minha esposa me incentivou a procurar um nutricionista. Meu imc estava ok, não tinha chegado ao nível do Contador, ainda dava pra perder mais...

Aqui onde moro não é o melhor lugar pra ser um escalador. Temos que catar subidas e repeti-las zilhões de vezes pra ter uma altimetria descente num treino. Não é à toa que chamam a região de Planalto Central. Mas estou melhorando, o último esporte que pratiquei sério foi o Windsurfe e aqui venta menos do que a quantidade de dias de chuva. Tem 2 meses que não chove. (De sacanagem tá chovendo mais que no Pará neste exato momento).


Essa é a subida da JK (Subida dos Condomínios, 8% ou EPJK), uma das mais inclinadas que temos dentro do perímetro urbano de Brasília. Em média são 5% de inclinação, com 1.7 km de comprimento e 85 m de ganho de elevação. Olhando assim, por esses números, parece mais tranquilo do que é. A parte mais íngreme, seu início, são 600 m com 9% de média. É nessa hora que o pessoal mostra os dentes e não é de alegria. No meio do caminho alivia, muito. Uma leve descida até. A segunda parte é retomada com cerca de 5% de média, nada muito sofrido. Se a ideia é continuar ladeira acima, é só pegar a direita no balão.

 Eu, particularmente, gosto da primeira metade dela, apesar de curta. Não chega a ser minha subida favorita. A vista de baixo, da ponte JK (primeira foto), é a mais bonita, inspira respeito essa subidona em curva. 

quarta-feira, 23 de setembro de 2015

Como comecei a Paternidade

Brics. O grande bloco econômico recém-formado que tem feito o equilíbrio do mundo mover-se mais para o oriente. China e Rússia tem assustado a Otan constantemente. E o Brasil optou por pegar esse bonde exportando commodities para os dois gigantes comerciais. Acho muito esquisito a grande onda conservadora vira-latas nacional não reclamar constantemente dos acordos comerciais do grupo, afinal Obama não participa da festa. Aliás, ninguém toca no assunto, progressistas ou conservadores. Só que justo no dia 21 de fevereiro às 10 da manhã uma comitiva russa resolveu deixar Brasília.

21 de fevereiro ás 14 horas de um dia nublado em Brasília, veio ao mundo aos berros a Elis. 35 semanas e um dia de parto natural hospitalar como havíamos planejado. Foi rápido, quase que eu perco também por causa dessa um comitiva russa. No dia anterior Ana (era Ana ainda, em poucas horas se tornará a Mãe de Elis) já sentia um grande incomodo, lugar nenhum ficava bom. Já tinha procurado a Doula que também é acupunturista, mas mesmo assim não resolveu. Eu havia voado o dia todo, estava moído também, nada parecido, só cansado. Fui dormir tarde e preocupado. No dia 21 estaria de reserva, não rolou. Logo cedo, umas 6 da manhã, Ana liga dizendo que estava sentindo contrações ritmadas. Não era “nada”, um buscopan e repouso resolveriam tudo, disse ela. Só que não. Uma amiga nossa passaria lá pra casa pra levar o remédio e eu não peguei o voo das 7 de Campinas pra Brasília. Pois é, estava a mais de 1000 km de casa. Fui dormir mais um pouco por que estava “tranquilo”. 9 da manhã outra ligação. “As contrações ainda estavam ritmadas de 4 em 4 minutos, mas a última tinha demorado 8”. Ela estava indo para o consultório da G.O. para ter certeza de que estava tudo bem. Como eram 35 semanas apenas eu não achava que iria acontecer um parto normal, ainda mais com tão pouco tempo de gestação. Mesmo assim, juntei as coisas, joguei tudo na mala e peguei um táxi para o aeroporto, em uma hora sairia um outro voo pra Brasília. Tinha acabado de entrar no táxi quando Ana ligou de novo. Era sério, já estava no quinto centímetro de dilatação. No caminho fiz a besteira de avisar a escala de que não estaria no aeroporto para cumprir minha reserva daquela tarde, pois Ana estava em trabalho de parto. Besteira por que na ocasião de uma falta, o passe (algo como uma passagem "de graça" para o funcionário) era automaticamente bloqueado pelo sistema de passagens. O que é proibido por lei, inclusive. Aconteceu, cheguei no aeroporto em cima da hora e meu passe havia sido bloqueado. Por sorte a agente de aeroporto conseguiu desenrolar o problema mesmo sem entender bulhufas do que estava falando. Falava enrolado enquanto pensava num jeito de embarcar naquele avião nem que fosse no trem de pouso. Por sorte não precisou. Ia acabar preso e perderia o parto de qualquer jeito. Levei a minha mala no porão e fiz o que nunca tinha feito antes, sentei na primeira poltrona do lado esquerdo do corredor, a mais perto da porta de saída. Durante o voo contei todas as cidadezinhas que passavam pela janela e reclamei toda vez que ouvia uma redução nos motores. O voo só não foi mais demorado que os malditos madrugadões. Descida, pouso, andamos devagar, paramos e esperamos. Esperamos mais um pouco, mais outro pouco... Já estava fazendo as contas de quanto demoraria pra abrir a saída de emergência, correr pela pista e pegar um táxi pro hospital. Felizmente não fiz essa outra besteira que me faria perder o parto por estar preso só que dessa vez a poucos quilômetros do hospital. E esperei mais um pouco até que pude ver um avião de bandeira russa com prioridade pra decolar. Putin... Hoje, mano? Fala sério!!! Finalmente paramos e fiz outra coisa que nunca tinha feito, levantei rápido antes que a primeira pessoa chegasse até a porta. Até a comissária que me conhecia se assustou. Expliquei o que ocorria e desci do avião antes do agente de solo chegar na porta. O Agente, que eu também conhecia (na verdade conhecia todo mundo do aeroporto de Brasília pelo uso frequente) me olhou com cara de quem não estava entendo p. nenhuma, de passagem consegui explicar a situação e pedir pra alguém guardar minha mala que estava no porão. Saí correndo pela pista até o terminal e até o táxi. Nesse dia estava com um monte de dinheiro em espécie na carteira, o que quase nunca ocorre (é tipo a cada ano bissexto) Chegando na W3, engarrafamento... Nisso a Doula liga pra saber onde eu estava, pois Elis já estava pra nascer, 10 centímetros de dilatação. Ana já havia entrado no expulsivo. Pela terceira vez pensei em abrir a porta e sair correndo pela rua. Não seria preso, talvez atropelado. De novo achei melhor ficar no carro. Chegamos perto do hospital e finalmente pude sair correndo pra lá. Burocracias e pra evitar o elevador muito demorado, fui pelas escadas. Nesse momento todo mundo do hospital estava sabendo da história do pai piloto que estava pra chegar, MENOS quem entregava a roupa pra entrar no centro cirúrgico. Juntei toda minha paciência, que não é muita e naquela hora já estava no volume morto, pra tentar explicar prapessoa que eu precisava entrar lá e rápido. Mais sorte ainda foi que não precisei falar muito, uma enfermeira apareceu correndo na sala pra me salvar, ou salvar quem me atendia, talvez. Até consegui colocar a roupa pro lado certo foram mais uns minutinhos. Enfim juntos! Finalmente relaxamos e 40 minutos depois da minha chegada veio Elis para nossos braços.

E esse foi o ponto inicial de uma grande mudança que ainda estou passando. Já não trabalho mais como piloto e sigo lutando contra velhos hábitos passados por várias gerações e pela sociedade. Desconstrução é a palavra. É um longo processo, doloroso as vezes, mas tem sido bom e sem volta.

terça-feira, 15 de setembro de 2015

Fixas

Fixas. Sem utilidade, mas legal

Suco de beterraba, o EPO natural

É até perigoso escrever essas três letras juntas num blog sobre ciclismo. A sombra do tio Armstrong e o "escandaloso" causo com essa substância proibida paira sobre todos, sejam profissionais ou guerreiros de final de semana. Basta um sprint inesperado ou uma subidinha mais forte pra levantar suspeitas. Eu acho que tomar essas bombas pra pedalar no domingo é tipo tomar viagra pra assistir Cine Privê da Band. (Ainda existe isso?)
O Clássico
Mas é assim que foi apelidado o suco de beterraba. Descoberta recente da ciência esportiva, pesquisa da Universidade de ciências de esportes e saúde de Exerter, Reino Unido. O segredo é os grandes níveis de nitrato presentes na raiz. Numa complexa cadeia de acontecimentos internos que só quem gosta de biologia lê as notas de rodapé, faz com que o fluxo de sangue nos músculos melhore.

Mas não faça como eu, que não terminou de ler a matéria, encheu a cara de suco de beterraba antes de pedalar e saiu se achando o novo Lance sem furos no braço. Não faça isso! A melhora na performance, segundo os estudos, foi notada ao longo de 6 dias ingerindo 500 ml por dia. O suco sabor terra vermelha doce é poderoso, Cavendish aprova!

Será que pedala?

Minha esposa já veio rindo me mostrar essa imagem acima... "Não é você". Demorei alguns segundos pra interpretar o texto e rir junto. "Hummm, certeza que esse pessoal não pedala sério". No fundo, no fundo tá certo, eu tinha um monte de dinheiro no banco e agora ele está acumulado na minha bicicleta, roupas e capacetes.

Imagem é de autoria do Movimento Quero Quero

segunda-feira, 14 de setembro de 2015

ERRATA: Avaliação: Grupo Campagnolo Chorus 11v

Errei! E foi feio.

Errei quando escrevi que o grupo Chorus 11v era de entrada. Não é. O Alerta veio diretamente de Roma. mais precisamente da 404 norte. Segundo o Romulo Lazzaretti, o Chorus estaria colocado entre o DuraAce e o Ultegra se comparado aos grupos da marca japonesa Shimano. E um grupo que usa tantas partes de carbono como esse, nunca se encaixaria no rótulo "de entrada". Concordo!
Esse tanto de carbono na entrada?
E segundo o site da Campagnolo, o Chorus é feito para ciclistas sofisticados (semi snobs, como eu) tendo performance de Super Record com preço mais competitivo (menos caro).

Avaliação: Grupo Campagnolo Chorus 11v

Fora do país existe um grupo bem peculiar de ciclistas conhecidos como "Cycling snobs". O site Bikeradar tem um teste que avalia o seu nível de "gourmetização ciclística" (aqui o teste!). Caso você não seja um snob há grandes chances de achar algumas respostas engraçadas e, provavelmente, lembrar de alguns amigos. E tirar com a cara deles no próximo pedal. Questões variam de como você usa o strava, gel, bonés, toma café e a pior de todas, se você fica se olhando no reflexo de uma vitrine, entre outras. Uma questão específica me eleva à beirada do precipício gourmet: "Bicicletas Italianas são???"
Vicenza, Itália

Vicenza, Norte da Itália. Cidade onde fica a sede da Campagnolo. De onde veio o grupo que está na minha bicicleta. Eu não tinha muita noção do que estava fazendo, acabei comprando junto com as Fulcrums (tendências fortes), mesmo com o alerta do super sincero Romulo Lazzaretti. Troquei um Shimano 105 de 10 velocidades por um Campy Chorus de 11 velocidades - uma mistura na verdade, tem uns Super Record no meio (SNOB!!!). Bom, não desfaço essa troca. Teoricamente os dois grupos se encaixam na mesma categoria de porta de entrada para o mundo maravilhoso da alta performance. (Errei! O correto está aqui) Mundinho esse que é bem suficiente pra mim. 


Os Ergopowers recebem grande atenção para a ergonomia, proporcionando grande conforto na pegada. A troca das marchas é feita de duas maneiras: pra cima (mais leves) com os dedos indicador e médio, (tanto faz, é leve o suficiente pra usar um dedo só) numa alavanca que gira no sentido horário (lado esquerdo) separada da alavanca de freio que é fixa. E pra baixo (mais pesadas) com o dedão. Pra ambos os lados é possível fazer trocas múltiplas de marchas, até 5. O acabamento - como de todo o grupo - é magnífico, essa alavanca de freio em fibra de carbono é de cair o queixo. O ponto fraco dos Ergopowers, segundo o próprio Lazzaretti, é a mola de retorno da alavanca do dedão. Segundo ele, tem dado problema, mas os meus ergopower seguem firmes. (lembrando que comprei tudo usado). O passador traseiro trabalha perfeitamente com o cassete 11-25. Apertou, trocou de marcha. Quase instantâneo. Até nas múltiplas trocas. E o melhor, nunca perde o ajuste entre as revisões. Ao contrário do 105 que eu tinha que direto começava a "errar" as marchas

O cara de quem eu comprei já tinha colocado um passador Super Record e o pé de vela era muito pequeno pra mim. Acabou que completei com o pé de vela Super Record que encontrei no Mercado Livre. Exagerei, eu sei. Por não ser muito popular por aqui, é difícil achar peças avulsas, quando aparecem, são mais caras que a concorrência. Esses são os pontos fracos do grupo.
O conjunto também trabalha em perfeita harmonia, as mudanças de cora são muito precisas. Os rolamentos são cerâmicos, os braços são de carbono e o miolo em titânio. Conjunto muito leve e rígido. Nem o Contador consegue envergar o negócio. Quanto mais eu.

É um conjunto snob, no final das contas. Há um preço (alto) a se pagar pela exclusividade e causar aquele "hummmm" quando olham para os detalhes de sua bici na rua (todos olham). Se tivesse o Shimano ainda, poderia facilmente pegar umas rodas emprestadas pra testar, mas mesmo assim, como as rodas, esse grupo das fotos não está a venda (maus aê). Procurem outro na Internet ou com o Lazzaretti, mas estejam convencidos disso.

quinta-feira, 10 de setembro de 2015

Outro estranho caso ciclístico: A bici de 112 mil Dilmas

Ontem um amigo enviou essa foto:

É isso mesmo, 112 mil dinheirinhos brasileiros. A página da Foco Bike Shop não dá mais detalhes da configuração dessa monstruosidade. Aparentemente as rodas são Zipp 404, grupo Shimano eletrônico e pé de vela Rotor Flow (não tem sensor de força). Já tinha ouvido falar de Bicis caras, mas nunca tinha visto desse tanto.

Os comentários na página são hilários. Tem rim à venda, financiamento na Caixa, proposta de troca por apartamentos e carros (mais diferença em dinheiro). Se tem uma coisa que é tradição nacional, é não perder piada (adoro). Tem também explicações de por que o preço ser tão alto e reclamações contra o governo, tão em moda atualmente (porre). 

Eu fiquei pensando no público alvo dessa Bici. Ou é um(a) super triatleta que está treinando pra vencer um Iron Man internacional ou é melhor não saber detalhes do que essa pessoa faz pra ter tanto dinheiro sobrando. Se o Richard Bussell (aquele da Bici de mil libras) subir numa Bici dessas o cara vai quebrar o recorde de velocidade, talvez até a barreira do som. O fato é que se está a venda, é por que tem quem compre. Esfregando em nossas caras o tamanho do abismo social do nosso País.

quarta-feira, 9 de setembro de 2015

Update: Bici Aero mais bonita de todas!

Já mudei de ideia. Olha isso!
Queixo no chão!

Bicicletas "aero"

DeHaviland Comet
Aero. Desde 1906, quando coisas mais pesadas que o ar deixaram o chão, inventores, desenhistas e engenheiros perseguem o sonho de ir mais rápido. A preocupação com a eficiência aerodinâmica é tão antiga quanto os primeiros aeroplanos. Poderia ficar horas escrevendo sobre Reynolds, Bernoulli, Venturi, Newton, fluxo laminar e turbulento, diferencial de pressão... Só não vou fazer isso porque já tem muito tempo que estudei isso e não lembro mais de muita coisa. E também porque isso é um Blog sobre ciclismo. Nós usamos as pernas e não o cérebro. Mentira.
Olha isso, véi!!!!
A procura por eficiência contra o vento que era restrita as bicicletas de contra relógio chegou à estrada. Nesse tipo de competição é só pernas, pulmão, coração e vento na cara (um pouquinho de cérebro), nada de pelotão. Assim se justifica o peso a mais que se carrega para ter perfis afilados na estrutura da bici e nas rodas.


O assunto é controverso. Será que funciona mesmo ou é só marketing?... Não dá pra esgotar o topico em um texto só. Inclusive, escrever sobre o assunto me ajuda a formar opinião, então não se surpreenda se eu mudar. Durante a transmissão do Tour desse ano, o apresentador Celso Anderson deu uma alfinetada ao vivo, dizendo que os quadros aero não ajudam nada no meio do pelotão. A reação à declaração foi forte. A treta é séria. E eu vou entrar nela.

Giant Propel
Eu babo nessas bicicletas aero. Muito, porque eu adoro aviões (Reynolds, Bernoulli...). Acho a Giant Propel uma das mais bonitas. A Specialized bate forte nessa tecla pra justificar o preço astronômico da nova Venge Vias (belíssima, diga-se). Dizem que beleza está nos olhos de quem vê, eu como ex-piloto de linha aérea, vejo beleza em linhas aerodinâmicas

terça-feira, 8 de setembro de 2015

O estranho caso da bicicleta campeã de menos de mil libras

Richard Bussell, campeão britânico de contra relógio desse ano no percurso de 16 quilômetros. Até aqui, tudo normal, sem susto. Mas, se eu disser que a bicicleta dele custou mil Elizabeths (libras esterlinas, se preferir)???? Convertendo para a cotação de hoje, daria 5780,00 Dilmas. Acredito que com os custos nacionalizados, essa bicicleta chegaria a 10 a 12 mil Dilmas.

Chupem, quadros caros...
Blasfêmia!!! Joguem esse blogueiro ciclista na fogueira!!!

Calma gente...

O grande segredo? Peças de segunda mão compradas pela internet (ebay e forums) e de outros ciclistas da localidade. E pra vencer, o foco foi no treinamento do atleta e no posicionamento sobre a bici. Palavras do Richard: "Eu sempre acreditei que você não tem que gastar milhares de libras no equipamento para ser competitivo. Terminei bem em algumas provas de estrada usando um quadro Boardman Team Alu (Alumínio) que achei no eBay por 50 libras." EU fico com muita vergonha quando leio essas coisas.
A lista de peças
Essa tabela contém várias surpresas. Vamos por partes! Quadro de 2004, com pintura personalizada e maceteada. Guidão em alumínio. Grupo Shimano de vários modelos misturados com 9 velocidades! Nove!!! E rodas de segunda mão que foram a parte mais cara do conjunto todo.
A roupa e o capacete devem ter sido mais caros que quase tudo
Minha bici e todos os componentes que troquei foram de segunda mão, exceto o pé de vela. Não comprei peças tão antigas, poderia ter economizado mais, como fez o Richard. Talvez por sorte, nunca tive problemas. Nada quebrou e quase nem lembrava que não eram zero. Dá pra comprar novo? Aproveite! Se não der, não deixe de pedalar por causa disso, dá pra se divertir e muito com peças usadas. Quem sabe, ganhar uma prova!

Original em Cyclingweekly

sexta-feira, 4 de setembro de 2015

Rodas: Fulcrum Race Zero

Eu tenho um carro que é adorado no mundo todo por quem gosta de carros. Gerações se renderam ao apelo de um carro com dimensões razoáveis, prático e, principalmente, divertido de dirigir. Porém, como gente é um bicho esquisito, existe uma parcela de consumidores que supostamente também gostam do carro, mas cometem atrocidades! Colocam escapamentos barulhentos, que te fazem desejar ser surdo depois de 48 segundos andando na mesma velocidade, molas duríssimas provavelmente para reorganização dos órgãos internos e rodas de bigas romanas, aros gigantes em pneus baixíssimos. Rodas essas, grandes com pneus finos que funcionam muito bem em bicicletas de estrada. E só.

Das coisas que já troquei na minha bicicleta atual, essa foi a que fez muita diferença. Tanta diferença que quase parece que eu tive duas Tarmac diferentes. Uma grudenta e outra que acelera tão rápido quanto minha filha de 2 anos. Rodas, elas podem custar os olhos da cara. Mais que o próprio quadro, do que a uma bicicleta inteira (ou várias). Mais que seu rim. As de carbono estão nessa categoria proibitiva, são leves e rígidas. Nunca andei com uma, sei que se testar vou gostar. É o objetivo desse Blog, testar essas "coisas".
Ah, Zipp... Noel, abre o olho!
   Existe o meio do caminho, para ciclistas sérios que não querem causar grandes problemas no orçamento da família (conflitos em escala nuclear, consequentemente). São feitas com estrutura de alumínio e com aro de carbono para dar um perfil aerodinâmico pra roda. São um pouco mais pesadas e menos caras. Menos caras, pra deixar claro.
A Popular Mavic Cosmic
E tem as rodas construídas em alumínio. Elas podem ser menos caras ainda, menos rígidas e menos chamativas. Ninguém vai parar pra olhar suas rodas e dizer "hummmm" na rua. Mas antes que você faça uma cara de nojinho, existem as maravilhas de alumínio. Com vocês, Fulcrum Racing Zero. (hummmm)

Italia (hummmm)

Fulcrum Wheels s.r.l, hoje reside em Arcugnano, perto de Vicenza, criada por três engenheiros aeroespaciais em 2004. Começamos bem!
Foi um caso de amor redondo na primeira pedalada. As rodas são feitas com todo o cuidado pra reduzir a massa rolante e aumentar a rigidez total. O par pesa só 1440 gramas. Os aros tem tamanhos diferentes, 26 mm na frente e 30 mm. Isto é, mais leve na direção e mais rígido na tração. Furação tripla com raios e "nipples" em alumínio (achatados). Além do sistema de rolamento chamado USB, Ultra smooth bearings (Rolamentos ultra suaves. Não, elas não se conectam ao computador) em um cubo de fibra de carbono.Tudo isso pra facilitar o estranho gosto por pedalar em estradas que sobem. A roda reage instantaneamente, quase um desafio a acelerar ainda mais. A velocidade vem fácil, principalmente em subida. Girando a roda com a mão, parece que ela não vai parar nunca. No famoso e temido buraco do tatu, com seus 16% de inclinação máxima, a reatividade da roda é muito perceptível. Pedalando em pé, aplicando bastante força, a bicicleta acelera a cada volta sofrida do pedal. No plano elas giram bem, porém com algum sacrifício no conforto, já que o objetivo é rigidez. Pedalar em piso irregular com a calibragem dos pneus mais alta te faz saltar como um cabrito. Os raios achatados melhoram um pouco a aerodinâmica, porém o aro baixo e quadrado não facilita as coisas quando se anda perto de 40 km/h. Para treinos, até mesmo para provas amadoras com subidas, elas cabem muito bem. Estou mais que satisfeito com o desempenho delas! Não vendo. De jeito nenhum.

quarta-feira, 2 de setembro de 2015

Menu de hoje na Vuelta

Pra hoje teremos subidas a dar com pau. Doí só de ver essa figura aí de cima. Invenção do Purito Rodriguez, que mora na região de Andorra. Vai ser assim:

- Collada de Beixalis: 6,5km/8,7% - Coll d'Ordino: 9,9km/7% - Coll de la Rabassa: 13,8km/6,6%
- Collada de la Gallina: 11,7/8,5% - Alto de la Comella: 4km/9,5% - Alto Els Cortals d'Encamp: 8,7km/9,1%