terça-feira, 26 de abril de 2016

Torneio Capital de Ciclismo

Eu sabia que ia acontecer, mas já tinha botado na cabeça que não participaria desta primeira etapa por vários motivos. Pra não enrolar o dia da família, pra não ficar na rua no dia do circo de horrores (17 de abril - achei que ia dar uma pancadaria na esplanada), entre outros. Nenhum desses motivos incluía o "não treinei". Não mesmo, se eu for esperar o momento certo em que eu me sentir treinado, não vou participar de uma prova por tão cedo. Não tem como eu pedalar 5 dias por semana. Meu treino é fazer prancha com a mais velha subindo nas minhas costas, quando ela quer.
Dia sério.
Mas sempre tem uma chance do contrário acontecer. No sábado (16) fui pedalar com o pessoal que sai do parque (acho que é organizado pelos Ciclomaniacos). A maioria estava em ritmo de passeio por causa da prova no domingo. Os poucos que não iriam participar resolveram forçar um pouco lá pra metade do pedal, fui junto com eles até chegar no local onde foi realizada a primeira etapa do Torneio Capital Racing de ciclismo. Lá a turma acalmou e voltamos ao ritmo de passeio. Demos 3 voltas. Foi o mesmo percurso da última etapa do ano passado, pertinho de casa, final da L3 norte, atrás do parque Olhos d'água. Na primeira volta já estava com muita vontade de participar, na segunda tinha certeza e na terceira já planejava o ataque fulminante que resultaria numa vitória acachapante que me levaria diretamente a um time profissional do World Tour!

Minha Largada, consegui não tremer a foto.
Refeitos os combinados em casa, passei o resto do sábado nervoso. Tem tudo aquilo que já escrevi aqui sobre não criar altas expectativas, mas a ideia de ir direto pra Sky me parecia viável, certamente o Froome já estava preocupado ao saber que me inscreveria na prova. No domingo já haveria recebido vários telefonemas de vários times europeus, alguns desejando boa sorte e outros tentando me convencer a mudar de time, afinal alguns dos grandes ciclistas estão se aposentando. "Tem vaga aqui no time de fábrica com café italiano" diziam (não posso revelar nomes ainda).

Fui lá, participei e sofri pra C. O domingo estava ótimo, pra velejar. Era batata, não tinha nenhuma regata marcada para o final de semana, logo ventaria muito. Segundo os registros do aeroporto, o vento chegou a 28 km/h na hora da prova. Foram 40 minutos de duração e mais uma volta depois que terminasse o tempo. O percurso tinha 3 curvas de 180 graus, e depois de todas elas uma aceleração forte. Me mantive atrás do pelotão, não tentei hora nenhuma ir pra frente, não estava muito confortável. Falta de experiência mesmo. A primeira volta foi puxada, o pessoal estava animado. A segunda foi um pouco mais calma. Na terceira o pessoal da Evolua puxou com força, a partir daí eu só torcia pra terminar logo a prova. Ô 40 minutos demorados, já estava duvidando da precisão do meu cronômetro. Quando o relógio finalmente fechou 40 minutos eu estava aliviado, meu super ataque derradeiro já tinha ficado pra próxima etapa, só queria chegar na linha e voltar pra casa. O World Tour pode me esperar. Já estava feliz por chegar junto com o pelotão, era o meu grande objetivo na verdade. Mas no trecho que antecede a chegada, o pedaço mais ventoso do percurso, eis que vejo a fiscal do evento de longe com o dedo indicador esticado indicando que ainda teria mais uma volta... Véi, tá de brinks comigo. Levantei, fiz força, mas já era tarde demais, o pelotão já estava longe e eu não tinha mais pernas pra chegar neles. Só consegui chegar em mais dois sobrados e terminar a prova.

Atenção no número, Sky
Logo depois encontrei uns amigos que havia tentado convencer a participar, sem sucesso. Deram a desculpa do "não treinei". A primeira coisa que perguntaram foi se tinha sido fácil. Acho que eu estava com uma cara boa depois da prova pra eles acharem que tinha sido tranquilo. Fácil seria um passeio cicloturístico por um campo de mini golfe. Doeu, porra. Mesmo assim gostei muito de ter participado, o pessoal da organização está de parabéns, vou tentar participar de todas as outras provas do calendário!

Muito tempo fora

Acorda!

Eu admito que estou com vergonha de olhar a data do último texto que escrevi aqui no blog. Depois da overdose de escrita que foi preparar um projeto de pesquisa pra iniciação cientifica tirei férias do teclado (achei um jogo muito legal também). Bom, acabou o descanso, que comece a festa por que tem muito assunto! Tem disco de freio assassino, dopping mecânico, eu participando de prova ciclística, italianos falando do Brasil, o Brasil... "Muito complitado" diria minha filha que fala português (a outra tá no Ianomami 6 do nível avançado). Agora vamos ao que interessa: ciclismo, sério.

sábado, 9 de abril de 2016

3T Orbis II na Rua

Um amigo ciclista já me falava que o melhor doping de todos é um brinquedo novo. Eu passei semanas sem conseguir sair "de boa". Mas finalmente os efeitos passaram, pero no mucho. Mesmo assim, é um sonho realizado. Girar com as Orbis II C50 Team é uma delícia. Me sinto como um profissional, claro que faltam pernas, pulmões, coração e substancias proibidas pra isso, mas é bonito. Eu gosto. Muito.
Monumentais
Eu tento não criar expectativas muito altas pra tudo na vida. Tentei muito não fazer o mesmo em relação ao meu desempenho antes e depois das Orbis II C50 Team. Conscientemente sabia que não sairia voando por causa de uma roda de perfil alto, mas quando as recebi faltando 50 minutos pra loja do Lazzaretti fechar, saí o mais rápido que pude pra trocar o cassete e conseguir sair pra testar bem cedo no dia seguinte. O resultado foi o que eu mais ou menos esperava, não foi uma mudança brusca de desempenho, mas sem dúvidas é diferente o esquema.


Até pendurada é linda
Como em um teste de FTP (limiar de força), os primeiros momentos podem ser descartados por excesso de empolgação. Foram dias fazendo força feito louco. Lembrando das primeiras voltas no parque o que mais me chamou atenção foi que eu conseguia acelerar e manter uma velocidade boa em subidas com pouca inclinação. Boa pra minha condição, vale ressaltar. E o som do freehub quando se para de pedalar é música! Depois de ter moído tudo fui testar as Orbis II no Buraco do Tatu. Fiquei bem decepcionado, com o que estava fazendo com minhas pernas, obviamente. Quase não saí de lá do fundo. Tenho que voltar lá de novo. Uns dias depois e peguei um pouco de vento (aqui não venta feito Fortaleza), foi bem esquisita a sensação. Me senti a bordo de um avião de novo, a turbulência mexe com a bicicleta, manter a linha reta exige um pouquinho mais de atenção. E olha que a 3T trabalhou em um desenho em "U" pra manter as coisas mais estáveis. As rodas com perfil em "V" e os discos devem ser uma loucura! O último pedal que fiz as coisas já foram mais suaves. Batimentos mais baixos, mais relax, só que não muito né? A média fica um pouco mais alta que com rodas quadradas, nenhum absurdo, mas melhora. As Orbis II são muito bem construídas, o acabamento é primoroso, dá gosto de ficar olhando pra bici pendurada na parede. São bem resistentes também, já furei uma câmara numa quina de ciclovia mal emendada e a roda continua firme. A frenagem no tempo seco também é muito boa, não senti diferença nenhuma pro alumínio. Não peguei chuva ainda, então não sei se piora muito, dizem que sim.

E a relação custo benefício? Bom, estamos falando de carbono. Muito provavelmente você já tenha um quadro de carbono bom e se você leitor está com a vida mais folgada, eu te sugiro uma coisa: Compre um porquinho de um tamanho razoável algo como um Fiat Uno 1983 e cole um nome nele, tipo "rodas da felicidade". Quando enchê-lo, jogue no chão e corra feliz pra loja de bicicletas mais próxima!

quinta-feira, 7 de abril de 2016

Vamos quebrar a indústria da Multa!

É um pássaro?
 A indústria da multa, amplamente conhecida das grandes metrópoles é um fenômeno relativamente novo. Surgiu junto com os primeiros radares eletrônicos de velocidade. Quando ainda morava em salvador e nem tinha carteira, começaram a equipar os agentes de trânsito com radares móveis e sempre em pontos escondidos pela cidade. Algum tempo depois, devidamente habilitado, várias fotos minhas acima dos limites de velocidade começaram a brotar em casa. E a fúria geral contra o sistema tomou conta de mim e da cidade. Radares distantes 800 metros entre si na EPTG? Que porre! 
Não, homem bravinho com ciclista indo direto pro chão
Tentei pesquisar alguma bibliografia interessante mas nada realmente interessante apareceu. Só conversinha mole. Na verdade "indústria da multa" é um nome hipócrita que "cidadãos de bem" que dirigem fora da lei inventaram pra protestar contra quem fiscaliza se o Código Brasileiro de Trânsito está sendo cumprido. Não tem nem um pouco de coerência nisso tudo. Mas tem um jeito de falir a "indústria". Seguir as regras. Só isso já basta.

Depois de alguns poucos anos de pedal pelas ruas de Brasília finalmente fui entender pra que serve essa "indústria da multa". É pra segurança de todos. É preciso nivelar por baixo, muita gente que sequer poderia ter carteira está dirigindo. Os mais perigosos não são os recém habilitados ou os que já entenderam a própria limitação ao volante, os piores são os imbecis que ignoram todas as regras de trânsito e de convivência pacífica sobre rodas. Todos que utilizam o asfalto e os arredores dele devem ser respeitados, pessoas na calçada, atravessando a rua, cachorros sem coleira, pombos cagando tudo, mais pessoas sentadas em carros e adivinhem: Pessoas montadas em bicicletas! Chocante não? Somonozes, pessoas com vidas particulares em cima de bicicletas!

E mais uma, cidadão de bem: 
CTB - Lei nº 9.503 de 23 de Setembro de 1997Institui o Código de Trânsito Brasileiro.
Art. 170. Dirigir ameaçando os pedestres que estejam atravessando a via pública, ou os demais veículos:
Infração - gravíssima;
Penalidade - multa e suspensão do direito de dirigir;
Medida administrativa - retenção do veículo e recolhimento do documento de habilitação.
lembre-se disso da próxima vez que encher a boca pra falar que "bandido bom é... bla bla bla".