segunda-feira, 28 de dezembro de 2015

Pedal de 100km

Saindo para o primeiro pedal de 100 km.
Em um passado não muito distante, sair pra pedalar 100 quilômetros era um evento especial. Épico é a palavra correta. Tudo era épico, desde a noite anterior ao pedal, quando todos os preparativos eram feitos com todo cuidado pra não perder muito tempo na madrugada da saída. Madrugada mesmo, tipo acordar as 4 da manhã. A lista de coisas para carregar era interminável. Muita água, água com gatorade ou qualquer outra mistura insólita. Gel, barra de proteína, frutas e de urânio enriquecido (não). Telefone, bombas (de quadro e de bolso), várias câmaras, kit de reparo pras câmaras, pra corrente e pra rochas vulcânicas terciárias. Protetor solar, labial, várias camadas de roupas, manguito, pernito, pescocito e orelhito... 

Acontece.
Durante o pedal são intermináveis horas de perrengues. Pneus furados, rasgados e esfolados. Sol do meio dia e poeira por toda parte. Várias paradas pra reabastecer toda a parafernália, descansar, tirar fotos, tomar coca-cola. No final tudo dói, pescoço, costas, mãos e as pernas não tem outra utilidade a não ser figurativa.


Sempre bom parar pro café snob.
Pois no dia 24 de dezembro, aproveitando que meus sogros estavam em casa para dar um apoio, saí pra pedalar 100 quilômetros. Desde que minha segunda filha nasceu nunca tive tanto tempo para pedalar. Botei o despertador para as 6 da manhã, desliguei, acordei 15 minutos depois. Tomei o café regulamentar, Catei uns damascos secos, uma só garrafa com água (perdi a tampa da outra) e outras poucas coisas. Incluí nos planos uma das maiores subidas daqui, a do Colorado. Subi, desci, percorri 50 quilômetros com muito vento. Parei pra uma tapioca, café e pra encher a garrafa com mais água. Esqueci de tirar fotos (menos do café). Mais 50 com muito vento também e voltei pra casa. Média baixa e um sentimento nada épico. Tipo "já terminou, Jéssica?" Não estou me gabando da minha forma física atual (talvez um pouco), mas me senti muito pouco épico chegando em casa depois desse pedal. Milha filha mais nova não sorriu pra mim, ela nunca sorri quando estou de capacete e óculos (fica com cara de "o que é isso em você??". A mais velha veio correndo me abraçar e depois saiu correndo por que estava suado (Isso também acontece com certa constância). E minha esposa perguntou se tinha sido tudo bem. Nada de mais. Esperava bem mais desse pedal...

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